A Inspiração

Quando criei o blog “Projeto de Futuro”, a minha intenção era compartilhar. Compartilhar estórias, caminhos, vidas. No meu consultório, todos os dias, recebo jovens aflitos, com muitos receios, e até mesmo posso dizer medo ( relutei para usar essa palavra porque não gosto muito desse sentimento) de seguir em frente. Medo de escolher um caminho profissional, medo de “se colocar a caminho”. Isso acontece, percebo, por dois motivos: o primeiro, a insegurança (insegurança de escolher uma profissão por não saber quem se é de verdade, por não conhecer de verdade como é o dia a dia de um profissional de determinada carreira ou porque surgem algumas incertezas em relação ao mercado de trabalho e salários) e em segundo lugar, a questão da auto-estima (surgem muitos questionamentos: será que eu sou capaz de escolher? será que sou forte o bastante pra tomar uma decisão e seguir em frente? Será que sou capaz de tomar uma decisão sozinho? etc..). Muitas vezes, até ter que escolher que profissão vai seguir, um jovem entre 16 e 18 anos pode nunca ter precisado fazer uma escolha tão importante.

A Orientação Vocacional Gestáltica entende todos esses questionamentos e durante o processo passeamos por todos esses pontos: auto-conhecimento, auto-estima, habilidades, informações sobre carreira e mercado e maturidade para escolher. Mas, queríamos algo a mais. Queríamos mostrar para nossos clientes e leitores estórias possíveis de profissionais bem-sucedidos que foram em busca do seu sucesso com muito trabalho e dedicação. Mostrar que é possível ser um bom profissional quando se faz o que se gosta (por isso que escolher certo é fundamental) e quando há empenho e responsabilidade. Sim, porque é necessário muita responsabilidade. Muita gente me pergunta se eu acredito em talento nato, vocação etc.. Eu acredito em talento sim, mas se eu colocasse em porcentagem, diria que para ser bem-sucedida, uma pessoa precisa de 30% de talento e o resto é trabalho, vontade e esforço.

Eu acho que fazer a escolha certa é crucial e eu, particularmente, tenho um carinho muito grande por esse trabalho. Se uma pessoa tem um trabalho que a faz feliz, ela se torna uma pessoa melhor, e transforma o mundo num lugar melhor também. Já imaginou: um mundo repleto de bons profissionais, dedicados, preocupados em dar o melhor de si para que tudo se resolva da melhor maneira possível e, portanto, preocupado com os outros também. É uma questão de saúde: teríamos menos pessoas com quadros de depressão, estresse etc... A vida de todo mundo seria bem melhor.

Espero que o “Projeto de futuro” possa servir como um espelho. Espero que possa ser uma forma de questionamento e inspiração para esse galera nova que está traçando seu caminho agora e que tem muita estrada pela frente.
Barbara Tamburini


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Juliana Rodrigues, 24 anos, Fisioterapeuta

          Confira a entrevista da Juliana Rodrigues que acabou de realizar o sonho de se tornar fisioterapeuta!
          >>>> Juliana e um paciente com paralisia cerebral (um dos seus sonhos é especializar-se em neurohabilitação).



P- O que fez você escolher a sua profissão?

Eu sempre gostei da área da saúde, sempre quis fazer ou fisioterapia, acho bonito você poder curar alguém com suas próprias mãos. Acho uma profissão bonita, me identifico. Não tenho ninguém na minha família que serviu de espelho para essa profissão e nem que tenha me incentivado.

P-    Em que local você trabalha? Como é seu ambiente de trabalho?

Eu trabalho no hospital João Felício, em Juiz de Fora. Atendo pacientes na enfermaria pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca. Faço fisioterapia respiratória nesses pacientes.

P-    Vc trabalha sozinha ou em equipe?  

Trabalho em uma equipe com mais seis fisioterapeutas que estão se formando.

P-    Qual seu horário de trabalho?

     Trabalho de 13 h às 17 h, de segunda a sexta, em rotina regular.

 P- Você é empregada com carteira assinada e benefícios ou é autônoma?

Por enquanto trabalho como autônoma (Presta serviço para o hospital sem carteira assinada)
  
P-    Como você enxerga, atualmente, o mercado de trabalho para um profissional com a sua formação?

Um pouco desvalorizado e pouco reconhecido, embora seja um trabalho muito eficaz e muito necessário. Nos hospitais, ainda hoje, há essa cultura que os médicos sempre valem mais do que os outros profissionais da saúde. Mas, aos poucos e com muita competência, vamos ganhando nosso espaço.

P-    Como é o seu estilo de vida?

Sou solteira, moro com meu pai e meus irmãos; tenho tempo para a família, amigos e lazer.

P- Você está satisfeita com o seu rendimento mensal ou acha que poderia ganhar mais?

Poderia ganhar um pouco mais.

P-    Como você acha que um profissional com a sua formação pode ajudar na construção de um mundo melhor?

Principalmente através da humanização, ou seja, não tratar o paciente apenas como objeto de trabalho ou estudo e sim, como um ser humano, que precisa da sua ajuda.

P- O que você precisou fazer para chegar aonde chegou?

Estudar e trabalhar para pagar meus estudos.

P- Você consegue conciliar vida profissional e vida pessoal?

Sim.

P- Precisou abrir mão de algumas coisas na vida pessoal por causa da sua carreira?

Durante oito meses trabalhei de madrugada em uma boate para pagar meus estudos, então tive que abrir mão da minha vida social e não pude me dedicar a faculdade como eu gostaria durante esses oito meses.

P- Quais são suas responsabilidades na profissão que você exerce?

Lidar com pacientes graves cardiopatas onde eles precisam da minha ajuda para exercer qualquer atividade de vida diária.

P- Muitos adolescentes ficam muito preocupados com a questão do dinheiro que uma ou outra profissão pode proporcionar. Como foi para você essa questão?

Acho que o dinheiro vem com a dedicação. Estou procurando me atualizar ao máximo, me especializar e fazer novos cursos para aumentar minha renda.

P- A sua profissão te tornou um ser humano melhor?

   Sim. Lidando com pacientes carentes pude dar valor ao que eu tinha: meus estudos, minhas oportunidades, minha familia, minha saúde (fundamental!) etc.   



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